Para quem quer fugir dos preços altos de peixes na Semana Santa, uma recomendação vantajosa são os Peixes Não-Convencionais, conhecidos também como Penacos. A dica é do Instituto de Pesca, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo que se dedica a estudar pescados.
Fora da lista dos peixes mais comprados nesta época do ano, como a tilápia, o salmão e o tradicional bacalhau, os Penacos são também saborosos e nutritivos, muito utilizados por populações de pescadores e ribeirinhos. Os especialistas do Instituto de Pesca indicam o cioba, perna-de-moça, sororoca, abrótea e o betara como bons exemplos de Penacos.
“Muitas vezes, o pescado é visto como um tipo de alimento caro. Algumas espécies, porém, são comercializadas a R$ 5 o Kg. O problema é que o consumidor está acostumado a ouvir falar de salmão, atum, bacalhau e linguado, que são peixes comerciais e mais caros”, explica Rúbia Yuri Tomita, pesquisadora do Instituto de Pesca.
Na hora de comprar
Uma recomendação de Thaís Moron, pesquisadora do Instituto de Pesca, é comprar o peixe inteiro. Isso porque há situações em que se comercializam filés já prontos, o que pode indicar que o alimento é mais antigo. Uma vez escolhido o peixe, o consumidor pode pedir para fazer o corte em filé.
Isso também vale para o camarão. Nesse caso, a recomendação é comprar o camarão inteiro e pedir para tirar a cabeça e a casca na hora. “Um camarão sem cabeça ou descascado é sinal de ser mais antigo. Pode ser que ele não cause problema para o consumidor, mas já é uma matéria-prima mais antiga. A primeira coisa que acontece quando o camarão está começando a ficar velho é cair a cabeça”, explica Thaís.
Na hora de escolher o peixe para a Semana Santa, o consumidor também deve ficar de olho se a superfície do peixe está brilhante. As escamas devem estar bem aderentes, a guelra avermelhada e os olhos límpidos. O consumidor deve escolher bem o local onde comprará o pescado e observar as condições do alimento. Locais malcheirosos devem ser evitados. Thais alerta que o odor só aparece quando o peixe está em processo de deterioração: “Se tiver cheiro ruim, compre em outro lugar. Com certeza, está tendo falta de higiene e de cuidado com a conservação do pescado”.
Benefícios do pescado
Além do peixe, há vários outros tipos de pescado que trazem benefícios à saúde. É o caso de crustáceos, moluscos e algas. Esses alimentos possuem proteínas de alto valor biológico, ou seja, os aminoácidos são absorvidos e digeridos rapidamente pelo corpo humano.
Além disso, as proteínas, micronutrientes, vitaminas e minerais presentes nos pescados ajudam na prevenção de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNTs), como obesidade e doenças cardíacas.
“Aqui, no Brasil, temos uma variedade muito grande de peixe de água doce e água salgada. O consumo de pescado é importante em qualquer época da vida e do ano”, diz Jéssica.
Sobre o Projeto Pescado para Saúde
O Pescado para Saúde é um núcleo de pesquisa do Instituto de Pesca. Aprovado pela agência de fomento à pesquisa do Estado, a Fapesp, o projeto desenvolve estudos que exploram a relação entre pescado e saúde. Além de instituições de pesquisa, como a Universidade de São Paulo (USP), a iniciativa também tem a participação de empresas brasileiras e estrangeiras do setor.