27/05/2024 às 20h32min - Atualizada em 27/05/2024 às 20h32min

Com apoio da UFSCar e ITA, estudante cria aplicativo que registra dor em crianças

Trabalho de estudante de medicina foi realizado no âmbito do Programa de Iniciação Tecnológica (PIT) da UFSCar/Ebserh/CNPq

Paola Caracciolo / CCS - Ebserh
Portal Agência Gov
Ilustração
Durante a hospitalização, a dor é uma das sensações físicas mais comuns, impactando na qualidade de vida do paciente, principalmente quando se trata de crianças. Pensando nisso, um projeto desenvolvido no Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), desenvolveu um aplicativo para celular que tem como objetivo avaliar a dor através de registros feitos pelos próprios pacientes da ala pediátrica da instituição.
 
O trabalho, intitulado Agenda Pediátrica da Dor (APDor) foi desenvolvido no âmbito do Programa de Iniciação Tecnológica (PIT) da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal à qual o hospital é vinculado, e contou com a parceria da UFSCar e do Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA).
 
Durante o projeto piloto, que foi aprovado pelo Comitê de Ética do hospital, crianças entre 08 e 12 anos, com o consentimento dos responsáveis, foram convidadas a registrar diariamente relatos sobre a dor no aplicativo para celular e em agendas físicas. Após um mês de registros, foram realizadas entrevistas com os participantes, além de uma comparação entre os registros feitos no aplicativo e em papel, a qual concluiu que o aplicativo é uma forma eficaz para que os pacientes relatem suas experiências.
 
Para o estudante de medicina João Paulo Borges Bispo, autor do projeto e bolsista do PIT/Ebserh, o aplicativo traz aos pacientes a oportunidade de refletirem como estão se sentindo, e como o quadro de saúde pode influenciar nas atividades diárias. “Além disso, o fato de o aplicativo ser voltado totalmente para o paciente pediátrico sem a necessidade de um tutor para o seu uso, mostra para a criança que ela é a pessoa que mais sabe sobre si mesma, a mais importante de todo o seu caso e que deve também ser protagonista em termos de entendimento e manejo do seu quadro clínico”, explica o autor.
 
A professora Esther Angélica Luiz Ferreira, orientadora do trabalho, pontua que a pesquisa tem possibilidade de ser desenvolvida em diversos espaços, tanto do hospital universitário como em outras instituições de saúde, e destaca a importância de se discutir o tema da dor pediátrica com as equipes assistenciais e com futuros profissionais da saúde.
 
“Fazer pesquisa em dor pediátrica, não importando a área que irá se especializar em seu futuro, faz com que o aluno aprenda a ter um olhar para o indivíduo como um todo, não apenas na doença: ele aprende a cuidar em sua totalidade e a entende que tratar a dor faz parte do controle de parâmetros básicos de vida”, ressalta a professora.
 
Bispo também apresentou o trabalho em eventos de âmbito nacional e regional, como o 16° Congresso Brasileiro de Dor da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor e o 16° Congresso Paulista de Pediatria da Sociedade de Pediatria de São Paulo. “Minha participação nesse projeto foi significativa para meu crescimento, tanto como estudante de medicina, quanto pessoal. Adquiri conhecimentos mais aprofundados sobre dor pediátrica, principalmente na área de avaliação, por meio do entendimento, aplicação e interpretação das diferentes escalas de dor em pediatria. Além disso, tive a oportunidade de me aproxima da área acadêmica através do desenvolvimento da pesquisa e produção de conhecimento científico, o que contribuiu significativamente para a minha formação”, conclui o aluno.
 
PIT/Ebserh
 
O Programa de Iniciação Tecnológica (PIT) é realizado conjuntamente entre a Ebserh e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O programa tem por objetivo atender alunos dos cursos de graduação de qualquer área com projetos relacionados à área de saúde a serem desenvolvidos nos hospitais universitários, estimulando seu desenvolvimento pessoal e profissional, seu envolvimento em conhecimentos, práticas e metodologias atrelados ao desenvolvimento e processos próprios do saber científico e tecnológico, além das suas potencialidades de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
 
O programa visa projetos que sejam orientados para a resolução de problemas de interesse social, ao depósito de patentes, registro de softwares e demais tecnologias aplicadas à saúde.
 
O HU-UFSCar faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 42 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
 

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