22/03/2024 às 17h46min - Atualizada em 22/03/2024 às 17h46min

Trabalho híbrido triplica na América Latina após a pandemia

Brasil é o país que mais adota o modelo flexível. Pesquisa da JLL mostra que a combinação preferida pelas empresas é de 2 dias presenciais e 3 dias remotos

TECERE Gestão da Comunicação
JLL
Ilustração
O trabalho híbrido, que combina dias presenciais nos escritórios com dias de home office, tem se popularizado desde o começo da pandemia da covid-19 e firmou-se como a solução adotada pela maioria das empresas na América Latina.
 
De acordo com o estudo "Futuro do Trabalho: Os modelos para o local de trabalho na América Latina" realizado pela JLL, consultoria imobiliária global especializada no mercado corporativo, 72% das empresas da região optaram pelo trabalho híbrido. Esse índice, que é o maior registrado globalmente, triplicou após o fim da pandemia. 
 
Em contrapartida, o trabalho 100% remoto é a modalidade com menor aderência na América Latina, sendo a escolha de somente 10% das companhias. A pesquisa também revelou que a adoção do trabalho híbrido é realidade para empresas de diferentes portes, segmentos e origens, desde organizações com presença global, acima de 750 colaboradores, até aquelas menores e regionais. O levantamento ouviu 289 empresas, de nove setores econômicos, em 13 países.
 
"As organizações mais flexíveis quanto ao modelo de trabalho são as de tecnologia e telecomunicações. Muitas já adotavam o modelo híbrido antes da pandemia e, agora, aumentaram a política para mais funcionários", revela Andreza Silva, diretora associada de Consultoria em Gestão de Mudanças e Futuro do Trabalho da JLL.
 
No Brasil, 86% das empresas adotam o modelo híbrido, sendo que 45% optaram por uma política de dois dias no escritório e três dias em home office. Os picos de presença nos espaços corporativos são às terças, quartas e quintas-feiras. "Isso nos mostra que a ocupação do escritório ainda é alta e por isso o espaço precisa ser pensado para atender de forma adequada ao volume de colaboradores", avalia a especialista.
 
Em contrapartida, cresceu o entendimento de que o desenho e o propósito do escritório não são mais os mesmos, já que ele compete com outros lugares onde as pessoas podem trabalhar. Áreas de convivência e de troca de informações, que facilitem o trabalho em equipe, têm sido cada vez mais valorizadas. Ou seja, hoje, "se por um lado as empresas estão racionalizando seus espaços, com um uso no agregado menor em metragem, por outro lado são necessários mais metros quadrados por pessoa para que o escritório atual seja atrativo e funcional", analisa Roberto Patiño, diretor de Integrated Portfolio Services da JLL.
 
Movimento de mudança
 
A pesquisa também revelou que 50% das empresas entrevistadas avaliam alterar suas políticas de trabalho em um futuro próximo. Cerca de 70% declaram enfrentar desafios sobre a política de trabalho. Para Andreza, isso se deve a necessidade constante de adaptação às necessidades dos funcionários.
 
"A pandemia ensinou que é preciso permanecer flexível para reter e atrair talentos. Esse resultado mostra que as empresas estão atentas a possíveis mudanças considerando não somente questões como produtividade, mas também desafios culturais e de responsabilização", pontua a especialista.
 
Para atingirem resultados positivos em relação à política de trabalho, a JLL indica três práticas para as quais as empresas precisam estar atentas:
 
- Identificar e compreender novos drivers para o desempenho da força de trabalho em um ambiente híbrido;
 
- Alcançar um equilíbrio adequado e transparente para o uso do escritório. Desenvolver novas regras claras sobre quando eles devem estar no escritório e quanto é opcional;
 
- Aplicar uma abordagem de aprendizagem baseada em dados. Medir e identificar como os escritórios estão ocupados para definir sua abordagem ao local de trabalho híbrido e explorar as oportunidades para espaços e equipamentos compartilhados.

"Em resumo, precisamos aprender sobre as necessidades das companhias e – especialmente – das pessoas, trabalhando com clareza e transparência essa relação. Vivemos em constante movimento e precisamos nos manter flexíveis e resilientes para respondermos de maneira ágil a desafios que ainda nem conhecemos", finaliza Patiño.
 
 

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